Dar de beber aos personagens

Meus personagens bebem muito café… muito café! Fazer o quê? Eu adoro café, que se tornou a bebida principal daquele momento intimidade na conversa dos envolvidos na trama, do conforto. Uísque eu costumo reservar aos personagens mais sacanas e para os confusos, que não têm ideia do que fazem na própria biografia.

Não escrevo dando muito destaque às características físicas ou aos cenários. Se está ali, faz parte de algo muito mais íntimo para o personagem. Também não é proposital. São nuances que fui percebendo com o tempo, durante a lida da criação, e dosando para que não passasse do ponto. Gosto da ideia de que, se está lá, é porque colabora.

O que sei é que meus personagens raramente bebem água. Adoram água, vivem se enfiando em rios, mas não bebem água. Mas ninguém vive sem beber água, então…

Mas há uma bebida nos meus escritos que se destaca, assim, no páreo com o café. Sim, é das que mais gosto, mas, diferentemente da consciência que tenho sobre café e personagens, eu não imaginava que ela fazia parte das minhas histórias e de maneira tão marcante.

“Para quem gosta da solidão, como fio condutor para mergulhar em si, na tentativa de perceber o mundo: Blue in Green, Miles Davis, 1959, vinho da preferência e uma boa vista da janela.”
Lembretes, conto do O observador

Qual é a bebida preferida dos seus personagens?